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Mostrando postagens de abril, 2017

Em observação, no Infnet - 43

Hoje é sexta feira. São 12:05. Estou no Infnet, na sala de reuniões, no 4º andar da ECDD. Estou sentada à mesa. Ao meu lado direito, uma lixeira preta. Ao meu lado esquerdo, uma janela. Na minha frente, duas cadeiras laranjas e vazias. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. O celular bipa. E-mails que chegaram.  Volto ao silêncio. O celular bipa. E-mail da Monique que chegou.

Sobre os mendigos

[Escrito em Outubro de 2014] Eu pego sempre o mesmo caminho para ir à academia, que fica a exatos 750 metros de casa.  O celular, plugado no rádio, me tapa, com os fones, o ouvido para sons da rua. Mas não os olhos para olhar para gente. Na praça Cardeal Arco Verde há uma "família" de mendigos. Digo família-entre-aspas, pois acho que eles são uma família. Meu olhar diz isso, mas, como não tenho certeza, prefiro "aspar". A família têm dois cães. Hoje, o seu dono - um dos moradores da família - atravessou meu caminho, com um dos cães. Por um mini-segundo, eu achei que estavam brigando. O cão subia e descia do canteiro e o dono corria para lá e para cá. Eles estavam jogando futebol! Jo-gan-do-fu-te-bol. A bola era uma pequena garrafa - já amassada - de água.  Não era aquela brincadeira de jogar algo longe e o cão pegar. Era futebol. As pernas abertas do rapaz eram o gol. E ambos eram jogadores e goleiros. E a bola ia e vinha, pela calçada estreita. O

O telefonema

(Outubro de 2014) 14h. Quarta-feira. Você está em casa, sozinha. O telefone da família (que é diferente do seu) toca.  Sabe aquele telefone que nunca toca? E, quando toca, não é para você? - Alô? - Boa tarde! [Eu admiro os operadores de telemarketing. E eles têm uma alegria contagiante. Hoje, não me contagiou] - Boa tarde. - Com quem eu falo? - Você ligou para falar com quem? - Para falar com a senhora mesma! [Você pensa na alegria do telemarketing, na sua comida esfriando, e em que tipo de resposta pode dar...] - Desculpe, ligou engano. Tudo de bom. Bom trabalho. Boa tarde. [Ainda bem, o almoço ainda estava quente...]

Agildo

Sobre labirintos... Eu vi uma foto no Facebook de um amigo. A foto me fez refletir (e eu não refleti tudo ainda, mesmo terminando o texto). A legenda que ele colocou, idem. Os labirintos, eles existem em nossa vida. Na pessoal, na profissional e, sobretudo, dentro de nós. Eu te faço a pergunta: achar a saída do labirinto é a sua meta? Se livrar do labirinto da vida? E eu faço uma confissão: eu tenho mais perguntas que respostas. Pra você, pra mim. Mas vamos pensar... - e sentir (que é mais difícil)... Digamos que a vida seja (esteja?) um labirinto. Caminhos não lineares. Paredes. Curvas. Ângulos. Onde você acha que há uma saída, há uma parede, e outra, e outra. O labirinto te diz: olhe para si, não para mim.  Onde está você nessas paredes?  As paredes são (estão?) paredes. Não espelhos. O espelho é o seu olho, que olha pra fora-e-pra-dentro. Achar a saída do labirinto é consequência, portanto.  Achar as paredes e os caminhos e as entradas e sa

Em observação, no Psicologia e Coaching - 291

​​ Hoje é segunda feira. São 19:54. Estou no consultório Psicologia e Coaching, sentada na recepção. Ao meu lado esquerdo, parede. Ao meu lado direito, uma cadeira com minhas chaves, livro e um guardanapo em cima. Na minha frente, um vão por onde as pessoas passam. O celular bipa. Whatsapp da Bianca. Por aqui, luzes acesas e tudo silencioso. A campainha toca. Paciente que chegou.