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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Em observação, na rádio

Hoje é quinta-feira. São 9h55. Estou na Rádio (que não sei o nome!) (acho que é No Ar), na Barra da Tijuca, aguardando entrar no ar. Estou sentada em uma mesa, numa sala grande, com várias pessoas sentadas à minha frente. Ao meu lado direito, um vidro que dá acesso a outra sala com cerca de trinta pessoas. Ao meu lado esquerdo, um vidro que divide a área da rádio. E, na minha frente, pessoas (e crianças) usam o computador. Exatamente na minha frente, uma menina está sentada, zapeando na internet. Ela é branca, magra, baixa, e tem o cabelo comprido, liso, castanho. Veste calça jeans, blusa preta, blazer marrom e calça tênis AllStar. Tem as pernas cruzadas sobre a cadeira e uma mão sobre a barriga. 

Em observação, no dermatologista

Hoje é terça-feira. São 14h59. Estou no consultório do doutor Alberto,em Copacabana, aguardando ser atendida. Estou em uma recepção grande, com outras pessoas. Na minha frente, parte da recepção. Ao meu lado direito, uma cadeira vazia com minha mochila em cima. Ao meu lado esquerdo, uma senhora está sentada, vendo novela. É negra, magra, baixa, cabelo curto, preto. Veste calça jeans, escura, blusa sem manga verde, sandália bege, com detalhes verdes. Tem as pernas cruzadas e uma bolsa marrom, no seu colo. Carrega, também, uma sacola grande da Rede D’Or. Está recostada, assistindo novela. Descruza as pernas. Uma senhora passa pela minha frente. É mulata, gordinha, alta, e cabelo curto, preto. Está com calça branca, blusa branca e sapato branco. Uma senhora passa pela minha frente. É mulata, gorda, alta, cabelo preto, liso. Veste um vestido estampado, sapatilha dourada e bolsa preta. E passa novamente na minha frente. E passa novamente. A senhora ao meu lado agora

Em observação, no trabalho do André - 4

Hoje é quinta-feira. São 17h24. Estou no trabalho do André, esperando por ele, na recepção. Por aqui, portas fechadas. Luz acesa. Ar condicionado e servidor ligados. Atrás do balcão, um rapaz trabalha, que consigo ver apenas a careca e os olhos. Uma senhora sai do banheiro e pousa um balde ao meu lado. Ela é negra, baixa, magra, tem o cabelo preto. Veste uma calça jeans, blusa estampada e chinelo branco. Entra no banheiro. Sai do banheiro, troca o balde de local e coloca um desentupidor no chão. Entra no banheiro. Sai do banheiro e pega utensílios dentro do balde. Deixa um pano dentro do balde e entra novamente no banheiro. A porta deste permanece aberta. Ela coloca um pote dentro de um balde e volta para dentro do banheiro. Pega um pano de dentro de um balde e entra no banheiro novamente. Ela sai do banheiro, ajeita o lixo, pega algo dentro do balde, entra no banheiro, coloca novamente algo dentro do balde e entra no banheiro novamente. Ela sai do banheiro, passa a va

Em observação, no trabalho do André - 3

Hoje é quarta-feira. São 17h06. Estou no trabalho do André, sentada na recepção, sozinha. Ao meu lado esquerdo, a porta do banheiro (fechada) e a porta de vidro que dá acesso ao corredor do prédio. À minha frente, um pequeno balcão e o servidor. Ao meu lado direito, uma cadeira vazia e a porta (fechada) que dá acesso às salas. Por aqui, tudo claro e silencioso, apenas com o barulho do servidor funcionando.

Em observação, no Centro Cultural Caravelas - 4

Hoje é terça-feira. São 12h03. Estou no Centro Cultural Caravelas, esperando minha consulta. Estou sentada em um sofá, na recepção. Na minha frente, dois puffes e um aparador, com panfletos. Do meu lado esquerdo, um bar e as salas (e a escada, que dá acesso a outras salas). Do meu lado direito, a Nayllana (*), na recepção. O telefone toca.  Nayllana (*)  atende. - Centro Cultural Caravelas, bom dia. É. Oi, meu bem. Tudo bem. Eu. Quem que vai fazer? Ah, é? Ai, caramba. Nossa. Ah, foi três? Eu liguei uma vez só, meu Deus do céu. Será que eu liguei três? Não, é o seguinte. Quando é que o Evandro (*) volta? Tá. Então amanhã ele não vem. Ele pode vir quinta? É que amanha não, ele só vem quinta. Mas ele não pode em horário nenhum na quinta? É. Ah, tá. Não, tudo bem. Então eu falo com ele e ele vem na próxima quarta então. É que eu tou ajeitando a agenda. Ah, tá. Mas ele nem. Não, você tá falando do Sérgio (*), né? Ah, tá. Não, a sala não é isso não. Lembra que a gente já tin

Em observação, na Neide's Coiffeur - 3

Hoje é segunda-feira. São 14h18. Estou na Neide’s Coiffeur, em Copacabana, fazendo o cabelo. Estou sentada em uma cadeira. Do lado direito, a entrada do salão. Do lado esquerdo, os fundos do salão. Atrás de mim, uma espécie de corredor, onde as pessoas passam. Exatamente ao meu lado direito, a cadeira vazia. Ao meu lado esquerdo, Moisés em pé, pinta meu cabelo. Ele é moreno, alto, forte, e cabelo preto, curto, raspado. Veste calça jeans, e blusa preta, do uniforme do salão. Usa luvas transparentes e trabalha em silencio. A garçonete passa atrás de mim. É branca, magra, alta, e tem o cabelo preso. Vestida toda de branco e carrega uma bandeja com taças de champanhe. Moisés vai para trás de mim e continua pintando meu cabelo agora, atrás de mim. Ele sai de trás de mim.  Uma cabeleireira pára ao meu lado e guarda algo na sua maleta. É mulata, gordinha, baixinha. Tem o cabelo encaracolado, um pouco alorado. Uma moça passa atrás de mim. É branca, alta, magra.

Em observação, na BQ - 2

Hoje é sábado. São 8h29. Estou na sala J, na BQ, no Centro, esperando o curso começar. Estou sentada na ponta de uma mesa grande. Na minha frente, mais mesas e a amplitude da sala. Do meu lado esquerdo, a parte da frente da sala, onde o professor fica. Do meu lado direito, mais mesas, e a porta de entrada da sala. A porta está aberta, as luzes acesas, o ar ligado. Por aqui, tudo silencioso, apenas com o barulho do ar condicionado. Wilson chega. Ele é branco, magro, baixo. Tem o cabelo curto, escuro. Veste calça jeans escura, blusa de malha azul, tênis preto. - Olá, bom dia! - Bom dia, tudo bem? Me levanto e nos beijamos. - E aí, tudo bem? - Tudo ótimo, e você? - Tudo certo. - O dia está lindo, né? - Nossa, adoro. - Azulzinho,né? O céu aberto. - É mesmo. Ele sai da sala, sorrindo. Permaneço, agora, sozinha novamente. Tudo silencioso e iluminado, como antes. Ele volta para a sala e senta no seu local, que é na minha

Matheus

O trajeto era curto: Flamengo - Cardeal Arco Verde. Ainda assim, eu lia no caminho. E nas escadas rolantes. E, dependendo do que estava sendo lido - e estava em Rubem - lia andando.  Desta vez, saltei do metrô, na minha estação, e fechei o livro, não sabia bem por quê. Vim andando vagarosamente e vi, de longe, uma senhora e um pequeno que, descobri, tinha cinco.  As pessoas subiam a escada rolante, em direção a saída da estação, e a senhora, cada vez mais, sozinha com o pequeno.  - Oi, bom dia. - Bom dia. - A senhora pode subir com ele? Eu tenho medo. Porque eu vou, mas eu tenho medo, por ele. Ele é pequeno. - Oi, tudo bem? Dá a mão para mim? Vamos juntos? Matheus me olhou, sério, e deu a mão, bem pequena. Olhava para os meus pés e os seus pés, subindo e parados na escada rolante, que subia. Chegamos ao destino. - Obrigada! - De nada! Mas eu acompanho vocês, ainda têm outras duas escadas rolantes, e eu ajudo a senhora. - Ah, tá. Muito ob

Em observação, na Loreal - 2

Hoje é quarta-feira. São 14h45. Estou na Loreal, numa recepção no térreo, sentado num sofá bem grande. Na minha frente, ninguém, apenas uma pequena árvore. Ao meu lado direito, um vidro com anúncios da Loreal. Ao meu lado esquerdo, um senhor está sentado. Ele é alto, gordo, moreno, cabelo grisalho, usa óculos. Veste uma bermuda cargo cinza, uma blusa pólo verde e sapato marrom. Ele dorme. Está recostado no sofá e tem os braços relaxados e as pernas cruzadas, esticadas para a frente. Abre a boca e ressona. Fecha a boca. Abre a boca e ressona. Mexe a cabeça para os lados e fecha a boca. Abre a boca e ressona. Abre o olho e olha para o lado. Conversa com uma senhora ao seu lado. Volta a fechar os olhos. Abre a boca. Fecha a boca. - Luana, vamos subir? - Vamos sim.

Em observação, no consultório (Copacabana) - 8

Hoje é segunda-feira. São 9h57. Estou no consultório de Copacabana, esperando a paciente de 10h. Estou sentada à mesa, na sala de atendimento. Por aqui, portas e janelas fechadas. Tudo silencioso, apenas com o barulho do ar condicionado ligado. O celular bipa. E-mail da dinda Carol. Volto para o silêncio, apenas com o barulho do ar condicionado ligado.

Em observação, no escritório do pai - 13

Hoje é sábado. São 9h26. Estou no escritório do meu pai, na sala dele, sentada à mesa. Por aqui, tudo iluminado e silencioso. Portas e janelas fechadas. Apenas o barulho do ventilador ligado.

Em observação, no escritório do pai - 12

Hoje é quinta-feira. São 11h40. Estou no escritório do pai, na sala de reunião, aguardando meus candidatos para 12h. A porta que dá acesso à recepção está fechada; a que dá acesso a sala do meu pai está aberta. Janela fechada, luz acesa, ar condicionado ligado. Tudo silencioso, apenas com o barulho do ar condicionado. A porta abre, Adriana entra. - Pra você, meu amor. - Obrigada, Adri, vou pegar. Meu pai passa pela minha sala. - Ainda não vou meter a porrada no seu Salles não. - Tá bom, pai. Fecha só essa porta aí e fala um pouco mais baixo que eu vou entrevistar, tá? - Tem uma pessoa ali fora. - Eu sei, vou pegar. Ele sai e fecha a porta atrás dele. Agora são 12h23. Estou no mesmo local. Apenas, agora, as duas portas estão fechadas (a que dá acesso a recepção e a que dá acesso à sala do meu pai). Tudo silencioso, apenas com o barulho do ar condicionado ligado.

Em observação, na La Carmelita

Hoje é quarta-feira. São 22h11. Estou na La Carmelita, na Lapa. Estou sentada em uma mesa, sozinha, próximo à varanda. Na minha frente, uma banda toca jazz. Ao meu lado direito, a mesa vazia. Ao meu lado esquerdo, uma mesa cheia, apenas de homens. André, bem próximo a mim, come um calzone de calabresa e conversa, animadamente. O som não permite que eu os ouça. Ele se vira e olha para mim, para minhas pernas, enquanto digito. Lê o que escrevo. Volta, pega mais um pedaço da sua comida. Come. Olha para mim, sorri. Ajeita-se na cadeira. Gargalha. Conversa. Danilo vem até mim. - Tchau, tchau, Lua. Apareça mais vezes. - Tchau, deixa comigo. Ele se vai. Todos se levantam. Vão tirar foto. - Você quer que eu fotografe vocês? - Você quer vir junto? - Não, não. André se foi. A mesa, ao meu lado, agora, está vazia. 

Em observação, na Ultrassonografia Botafogo

Hoje é segunda-feira. São 16h43. Estou com o André, na Clinica de Ultrassonografia Botafogo que, apesar do nome, fica no Centro. Estou sentada em uma recepção grande. Agora são 17h04. André foi chamado. Estou sentada no mesmo local. Na minha frente, três cadeiras vazias. Ao meu lado esquerdo, uma cadeira com a mochila do André em cima. Ao meu lado direito, outra parte da recepção. Algumas pessoas estão sentadas nesta outra parte, mas não consigo vê-las. Uma parte de parede impede minha visão. Uma senhora passa pela minha frente. É branca, alta, magra, cabelo liso, comprido, avermelhado. Veste calça social cinza, blusa social amarela, da Pólo Ralph Lauren, sapatilha dourada. Usa bolsa dourada e tem uns óculos, também dourado, no alto da cabeça. A senhora passou pela minha frente novamente. André voltou.

Quatro crianças

O cenário era o Teatro Odylo Filho, da UERJ. Mais alguns minutos ia começar Carmina Burana.  Eu e André chegamos cedo, e portanto, conseguimos um lugar razoável, no Teatro que, bem antes que começasse o espetáculo, já estava praticamente lotado.  Ao nosso lado, chegaram um casal, com três crianças. Três meninas. O casal sentou no mais distante de nós e as crianças, então, ficaram bem perto.  Pude notar, também, um pequeno sozinho (literalmente) com a sua mãe, na nossa frente. Ela, no smartphone, conversava - e ria, e sorria, e ficava séria, e gargalhava - no whatsapp, enquanto ainda permitia som. Incrível foi que, ainda que o espetáculo tenha iniciado, a moça não saía do whatsapp. Antes, durante e após o espetáculo o pequeno estava sedento por atenção, por dividir seu mundinho. A espera insossa por um espetáculo nunca passa rápido. E, um espetáculo para adultos, menos ainda. As meninas, ao meu lado, conversavam - baixinho - desenhavam e tinham alguém para interagir. O pequen

Em observação, no consultório (Centro) - 9

Hoje é quinta-feira. São 7h28. Estou no consultório do Centro, sentada na poltrona, na sala de atendimento. Por aqui, portas, janelas e persianas fechadas. A luz e o ar condicionado ligados. Tudo silencioso, apenas com o barulho do ar.